sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Horas Incertas



O que viestes fazer a esta hora em meu pensamento,
Sabe-se que é hora de minha solidão.
O que vens trazer-me de bom
Se tuas lembranças são saudades?
Porque viestes sem avisar minha alma
Neste momento onde os sonhos estão adormecidos,
Neste seu modo de chegar desvairada
Dizendo ainda as mesmas palavras por nossos sonhos perdidos?

O que vistes fazer nesta hora em meu pensamento
Se minha rotina até agora foi tentar fazer-te esquecida?
Improvável será meu sucesso
Pois sempre está presente em todas as horas.
Ah doces momentos em que sua voz enternecida
Saiam-lhe a revelia
Aos meus desejos correspondidos
Como liberdade prometida a uma paixão
Tento fazê-los hoje esquecidos.

O que vistes fazer
Se hoje não mais te reclamo
Se nesta hora de solidão
Só consigo te lembrar nas palavras
Que digito a esmo e sem sentido
Buscando não sentir-te mais em meu pranto.
O que vistes fazer em minha solidão
Nesta hora de Saudade
O que vistes fazer?

Marcondes Filho

2 comentários:

  1. Lindo poema, linda sua atitude de publicar aqui na net os poemas de seu pai, parabéns. Estou te seguindo se puder vista lá meu blog.

    Abraços!
    www.blogandonoticias.com

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  2. Adorei tanto sua iniciativa quanto as publicações.
    Ele realmente foi um grande escritor e considero valiosíssimo que você mantenha vivas essas palavras.
    Parabéns!

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