quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Árvore


Sombras que refrescam minh’alma
Que acalentam meu repouso
Que sacia a minha vontade de amar à sombra.
Arvore de meus sonhos e lembranças
Arvore que me doa seus frutos
Como se fossem rebentos de uma poesia
Arvore…
Apenas uma Árvore!

Mas reflito…
Porque “apenas”
Se és tudo?
Se tens na seiva de seu corpo
O fluir da vida
Como o sangue de minhas veias.
Mas mesmo assim a digo;
Arvore…
Apenas uma Árvore!

Hoje quando vejo o “Velho Chico” correr
Por Vales e entre Montanhas
Vencendo barreiras
Se encorpando
Sei que não o veria
Sem tú, ó amiga.
Ah, se não estivestes um dia no nascedouro,
E, ou , por todo caminho
Quando ainda um filete apenas
Vence um leito raso de seixos
Em busca de seu próprio destino
Para que um dia
O visse assim
Caudaloso
E você amiga
Humildemente
Protetora do curso
Sombreando o remanso
Protegendo-o por todo caminhar rumo ao Mar
O acompanha
No saciar da minha sede
Enfim…Da sede de uma nação.
Árvore, protetora do “Velho Chico”
Mas mesmo assim
Ainda a digo;
“Apenas uma Árvore!”

Além de sua sombra
De seus frutos
Se enfeita de flores
De gorjeios
Como para uma sinfonia secular
Tão perene
Quanto o Criador
E mesmo assim
A digo derradeiramente;

“Árvore…
Apenas uma Árvore!”

Marcondes Filho

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“21 de setembro, dia da Árvore…
Porque apenas um dia
Se sou perene se me deixassem
Renascer em cada semente?
Mas me cortam
Me aniquilam
Antes que eu floresça mais um vez
Antes mesmo que depois das flores
Venham meus frutos e sementes
Ou antes mesmo que eu renasça como milagre
Pois em cada semente sempre estarei
Fruto de minha alma que me fez eterna”


Marcondes Filho

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