domingo, 25 de setembro de 2011

Cataratas


Como quem não querendo nada
Vencendo cada curva
Deixando remansos a quem queira
Sabem?
Vez por outra até mesmo sou corredeira
E me entrego a navegantes aventureiros
Desbravadores modernos
Em momentos totalmente radicais
Sinto-me bem por entre pedras e pedras
Tentando ser dominado
E às vezes até permito
Desafiantes
Em luta constante
O Homem e Eu; o Rio!
Não é uma luta insana
Mas apenas desafios a serem vencidos
Por mim ou eles
Apenas os buscamos
E não importa quem vença
Pois dali a pouco
Como o Ser Humano
Eu também não irei parar ante o obstáculo
Surgirei como força vencendo o abismo
Encantado ficará quem me ver
Mas não acreditarão em seus próprios olhos
Quando perceberem meu esplendor
Mas serei eu sim,
Em quedas e mais quedas
Dizem pra mais de 250
Que homem algum venceria
Sem se estatelar lá em baixo.
Quando vou de encontro às pedras
Ou de meu leito de espera
E depois acomodado
Deixo no ar meu sopro
Minha vida em gotículas
Aliás, dir-lhes-ia se pudesse
“Nuvem de minh’alma”!
Queria que todos me vissem um dia
Pois sou a própria visão do que é formidável
E se quiserem que venham
Pois sempre estou preparando para o espetáculo
Às vezes não sou tão caudaloso
Mas o efeito de minha obra é perene
Continuará sempre
Cheguem!
Se aproximem!
Sintam-me na brisa umedecendo seus rostos
Pois também sou calmaria
Tragam seus filhos e quem mais quiserem
Para que me vejam através das arvores seculares
Ou do mirante
Ali bem pertinho de minha força
Façam como ele:
O olhar do velho Poeta
Que não encontra mais rimas para me descrever
Pois sou maior que a poesia
Maior que o próprio poeta
Pois sou
As palavras de mim mesmo
As Cataratas do que sou
“O Rio Iguaçu”!

Marcondes Filho

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