quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Menino


Meus passos foram como de uma criança curiosa
Procurando descobrir todas as coisas da vida
Quando minha experiência já houvera me dado
Quase tudo que eu poderia querer ou saber
Mas ainda assim sigo caminhando pelas nuvens
A procura de meus próprios vestígios
Pois um dia eu vaguei por aqui neste acolchoado de Deus
Apenas para deixar rastros de minha alma
Sempre estive indo em busca do futuro
Deixando pegadas no meu passado
Sobre folhas soltas do outono
Pronto para acontecer no amanhã
Nunca fui afeito à apatia
E sempre desde o começo a revelia
Por isso sempre recomeço
Jamais serei um Sábio
Pois nem tudo da vida eu conseguirei saber
Meus olhos é que vão mais além
Curiosos…
Vão e vem, dançam
Ao ritmo de estrelas que flutuam ao anoitecer
E fazem de minha vida
Sempre uma imaginação a vencer o infinito
Não crio um mundo de fantasias
Mas o imagino
“Que céu mais estrelado de esplendor é este meu Deus?!”
Perguntaria um incauto que acabara de chegar ao meu destino
Mas quem comigo convive, não iria perguntar…
Saberia!
Ao ver na obra de Deus
Um céu salpicado de estrelas
Mal sabe quem pergunta que elas estão ali deste cada raiar
Que Deus as faz acontecer a cada instante
Falta-lhe imaginá-las quando não as vemos
O ser humano não sabe idealizar as fantasias Divinas
Senão seria também um Deus
Mas sei por minha alma de criança
Deus não criou as estrelas de uma só vez
As fez como bolinhas de sabão
Como se tivesse um dia sentado
Na mesma calçada que um dia sentei
Fazendo bolinhas de sabão
Fantasiando-as uma a uma
De brilhos e tamanhos
Como eu as fazia em minha imaginação inocente
Ele até as fez melhor
Como para presente
E depois as lançou ao espaço
Como se fossem as minhas coloridas bolinhas de papel
Ele sabia que um dia eu as faria
E me invejou, as fez primeiro!
Talvez Deus seja um menino como um dia eu fui
Talvez Deus ainda hoje suba em árvores
Para ver no ninho do Sabiá…
Os filhotes crescendo a cada dia
Só para brincar de Deus Criador
Ah! Um dia também brinquei!
Talvez Deus represe a água da chuva só para brincar
Com seu barquinho de papel em “Poças D’água”
Como um dia brinquei!
Talvez Deus tenha roubado daquela garotinha
Seu primeiro beijo
Como um dia roubei!
Talvez Deus…
Ainda lembre dela.
Talvez Deus seja mesmo um Menino
Que um dia eu fui!!


Marcondes Filho

Nenhum comentário:

Postar um comentário