sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Vaga Inocência



Que pensamento me vaga
 No ocaso da vida? 
Se me vem palavras soltas 
As sinto como neve ao cair da tarde.
 Pelo vão da janela 
Sinto Deus é branco natureza
 Ao longe um sonho ficou 
 E por mero acaso
 O perdi como palavras que nunca escrevi.
 Se me cobram sonhos que vivi 
Lembro com saudade 
Recados de um tempo 
Que sonhos eram realidade. 
 Perambulei por almas humanas 
 Sorri de tudo a minha volta
 E me entreguei ao meu próprio descaso. 
Que vida insana descobri?
 De todas que conheci nenhuma 
Pura inocência, hoje me fazem sorrir
 Levavam em seu alforje sorrisos pálidos
 Histórias como a minha 
Agradáveis sorrisos perdidos 
Entre caminhos impensáveis 
De trânsito louco, em desatino, todo destino 
 Passeavam pelas nuvens de branco cristais
 Em seus pensamentos vagos 
 Mas na integra mãe perene perpetuava 
Em vagas ondas torrenciais 
 Deixavam de seus sonhos 
Tristes pegadas na neve 
 Natureza continua vida ora 
De branco alvo noturno 
Do vão da janela retorno ao meu sonho destino
 Descortino vagamente inocente 
Em meu pensamento ilusões 
Perdidas no desgelo de meu destino
 Cubro-me de lembranças imaginárias 
Resultado constante de meu desatino
 Semente humana minh'alma persiste 
 Em lembranças deixadas 
Na esperança hoje sem cor
 De verde pincelei meus sonhos
 E se desbotados ainda persistem
 Meu corpo ora cansado 
Sem que levante no futuro horizonte
 Me entrego,me deixo, me calo 
 Em provável descompasso "Vaga inocência"...
Por meus sonhos que se foram! 

 Marcondes Filho

3 comentários:

  1. Ler e ler de novo e de novo e de novo. Sempre notando algo a mais. Adorei.


    worse-or-better.blogspot.com

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  2. BELÍSSIMO ESCRITO
    UM VERDADEIRO "BANQUETE" PARA OS QUE AMAM UM BOA LEITURA

    ABRAÇOS

    BRUNO

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  3. Jacqueline!
    Belo!
    A vaga inocência pelas coisas que nem sabemos... apenas temos uma vaga inocência...
    Beijos e ótimo fim de semana!

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