Natal

Nem sempre temos a faculdade de raciocinar uma matéria ao nosso gosto só porque temos a obrigação de escrever por ser um dever nosso e rotineiro, mas sempre o fazemos com prazer por esta ser a nossa verdadeira arte. Mas é importante sabermos que sempre será preciso que estejamos voltados para este fim. Hoje neste dia de Natal e até a noite eu ainda não tinha conseguido ter nada em mente que me desse à oportunidade de “falar” um pouco sobre a Natividade. É certo, passei o dia esperando por uma pessoa importante em minha vida e nem me liguei ao fato que tinha a obrigação de pelo menos alinhavar algumas palavras sobre o dia de Natal, sobre Jesus ou sobre os costumes quase sempre rotineiros nesta comemoração religiosa. Quando dei fé, percebi minha ausência neste fato de relevante importância por tratar-se de um costume religioso e referir-se a principal figura Bíblica do Novo Testamento. Então por reminiscências procurei retroagir no tempo em busca dos momentos que em família convivia em minha adolescência com o ensinamento Cristão. Na época observava normas comportamentais de tal envergadura moral que as preconizo ainda hoje, mas não as percebo na maioria das pessoas. Muito mais por questões puramente educacionais. Naquele tempo ainda não se viam tão transgredidos os conceitos que valorizavam os ensinamentos do Cristianismo. Hoje o que mais é hábito é o nome Santo se voltando à revelia para uma comercialização onde Jesus é o símbolo da propaganda e do mercantilismo. Um exemplo são as trocas de presentes em Seu nome entre pessoas como uma forma de reviver os presentes que Jesus ganhara em Seu nascimento, se bem que na realidade fora uma simples forma simbólica onde os Reis Magos brindaram apenas a Jesus com sabedoria e profecia, pois não tinha em seus gestos nenhuma ânsia de agradarem materialmente a Maria ou a José pelo nascimento do Filho, mas apenas de demonstrarem o valor histórico da importância da vinda do Salvador. O Ouro na simbologia Cristã representa o poder de Jesus sobre todos os Reis, mas não como um poder soberano, e sim, um poder puramente espiritual. O Incenso representa uma abertura livre de impurezas para o caminhar da fé que viria pelas palavras do Mestre dos apóstolos, Jesus; e finalmente a Mirra como simbolismo da imortalidade, pois na época era usada para embalsamar corpos. Posteriormente Jesus depois de descido da cruz foi embalsamado com Mirra e Aloés como era de costume. Este momento dos Reis Magos esta no Novo Testamento e só se encontra narrado no evangelho segundo São Mateus.
Outro questionamento é sobre o enorme erro que cometem as pessoas no simbolismo referente à Santa Ceia. É evidente que Jesus repartiu o Pão e o Vinho como se estivesse repartindo Seu próprio corpo e demonstrou isto ser para Seus Apóstolos os ensinamentos que deveriam propagar usando de Suas palavras depois da crucificação como evangelizadores e nada mais que isto. Mas o que se vê hoje é o apogeu da opulência e da Gula em nome de Jesus, isto sem dizermos no infinito uso de bebidas alcoólicas, poderosas etílicas que produzem profundas modificações no comportamento moral das pessoas. Mas também não quero banalizar. A quem saiba tomar um cálice de vinho ou alimentar-se com parcimônia em honra da data.
É evidente que estes costumes totalmente errados não terão um momento especial para serem revertidos e talvez nunca o serão. Mas pelo menos algumas pessoas que lerem este texto compreenderão que para seguir as Palavras de Cristo terão que entendê-Lo primeiro. Não bastará sentar em um banco de uma Igreja qualquer ou levantar-se em obediência a um ritual cantando e orando para quando sair da Casa do Senhor voltar ao mesmo comportamento rotineiro e fora de qualquer cogitação da vontade orientadora das palavras do Filho de Deus!

Marcondes Filho